RESENHA DE DORAMA: Romance Is a Bonus Book
Resenha: Simplesmente Ana, Marina Carvalho
Resenha: Swag, Cambria Hebert




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29 de maio de 2020

[RESENHA] Audio Livro: Adbucted, Sara Fields

Ficha Técnica
Título: Abducted (Vakarran Captives #3)
Autor(a): Sarah Fields
Narrador(a): Dahlia Lynde
Gênero: Sci-fi | Reverse harem | Erótico| BDSM
Ano: 2018
Comprar: E-book | Áudiolivro
Sinopse:  They found her. They took her. Now they will claim her.
When I left Earth behind to become a Celestial Mate, I was promised a perfect match. But four Vakarrans decided they wanted me, and Vakarrans don't ask for what they want, they take it.

These fearsome, savagely sexy alien warriors don't care what some computer program thinks would be best for me. They've claimed me as their mate, and soon they will claim my body.

I planned to resist, but after I was stripped bare and shamefully punished, they teased me until at last I pleaded for the climax I'd been so cruelly denied. When I broke, I broke completely. Now they are going to do absolutely anything they please with me, and I'm going to beg for all of it.


Resenha de audiolivro e leitura de romance com "reverse harem", duas coisas as quais eu sou completamente nova.
Eu sinceramente não faço a mínima ideia de como avaliar um audiolivro, porém, darei o meu melhor para esclarecer para você quais os prós e os contras dessa diferente modalidade de "leitura" e para nos ajudar, já tem um post no ar, aqui no RommyLit falando um pouco mais sobre o que são os audiolivros, como aproveitá-los 100% e outras curiosidades.

O conjunto da obra de Abducted foi muito bom!
Tanto a estória da Sarah Fields, quanto a narração da Dahlia Lynde me enfeitiçaram a ponto de eu avaliar seriamente se eu deveria ir dormir ou ouvir mais uns 2 (ou 10) capítulos.
Como eu citei acima, apesar de achar reverse harem um subgênero muito sexy e empoderado, uma vez que quebra o esteriótipo de várias mulheres "lutando" por um único homem e traz vários homens "lutando" pela mesma mulher, eu ainda não tinha lido nada assim.

O livro é o terceiro volume da série Vakarrans Captives, mas pode ser lindo como livro único.
Narrado em primeira pessoa, com alteração de ponto de vista entre os personagens, traz como principal a história de Maya, que espera o melhor do seu futuro com um pretendente pré-definido de acordo com as características de ambos, em um novo e seguro planeta, graças a uma agência de casamentos interplanetária. Porém, a fragilidade inicial da personagem é estilhaçada quando se vê nas mãos de quatro Vakarrans, raça temida por tomar o que quer sem pedir permissão e por arruinar o planeta Terra, mas com sérios problemas de procriação.
A humana é tida por Talor, Dex, Byron e Ejan como procriadora, mas também como parceira desejada por todos eles, antes de decidirem tomá-la como sua. E a partir daí uma relação heterossexual, poliamorosa e BDSM se desenrola entre os cinco e a maioria do livro é a narração de cenas sexuais entre o grupo, Maya descobrindo muito sobre as diferentes praticas do sexo com seus parceiros, cada um com suas características e preferências únicas e eles, de início a inseminando e obtendo seu prazer sexual (óbvio) e ao decorrer do livro, ficando completamente loucos por ela.

“Meu corpo estava tão confuso. Prazer? Dor? Desejo? Eu não fazia ideia. No dia da minha partida, pensei ter encontrado meu companheiro em Príncipe Radock, mas não foi esse o caso. Em vez disso, meus companheiros predestinados me encontraram. Não um, mas quatro deles. Cada um perfeito para mim à sua maneira." 

Pois é, Abducted tem alguns pontos muito bacanas, como aliens que realmente parecem aliens e não só humanos com olhos amarelos super sexys.
Os Vakarrans tem a pele roxa, que muda de tom de acordo com seu humor, chifres e olhos cor de cobre. Nem são TÃO diferenciados assim, em comparação com os aliens de outras series como "Ice Planet Barbarians", da autora Ruby Dixon, mas já fogem da caixinha "diferentes porém não tanto" de algumas autoras de romance sci-fi.

Maya aproveita o prazer que é oferecido a ela, livrando-se das amarras de inocência que a agência de casamentos a obrigava a ter e se refestelando entre seus parceiros, tirando deles o que ela queria, enquanto eles aproveitavam o que queriam dela. Fantástico, porém, o elemento BDSM me causou certo desconforto. Primeiro porque a Maya era virgem e caiu justo com um bando de aliens dominadores. Não deu pra perceber se ela realmente curtia, anteriormente, a ideia da passividade e submissão ou se foi algo imposto a ela. E segundo, a autora deu características rebeldes e feministas a personagem, porém, ficou conflituoso ver isso interagindo com homens dominantes.
Falando da paixão avassaladora desse grupo, as cenas entre eles são quentes a ponto de pausar o áudio e ir tomar um puro! Apesar de dominantes, os Vakarrans não cometem nenhum tipo de violência sexual e são devotados e apaixonantes, cada um de sua forma. Temos o obscuro, o gentil, o indiferente e o divertido, o que da pano para N aventuras sexuais.

“Eu não pensei em confiar neles nem uma vez, quando eu deveria ao menos ter os dado uma chance. Eles não me mostraram crueldade, me ouviram quando precisei e me deram seu amor sem pensar duas vezes. Os quatro me deram algo diferente, e naquele momento, eu estava agradecida por não precisar escolher entre eles, porque eu queria a todos."

A narrativa da Dahlia Lynde foi brilhante do começo ao fim. Ela tem uma voz linda e aveludada e trabalhou dois tons de voz diferentes de acordo com o ponto de vista de cada capítulo, uma para Maya e outra para os aliens. As cenas de sexo são incrível e sua interpretação é espetacular. Foi bapho ouvir o trabalho que a Dahlia teve para narrar 5 personagens muito presentes na estória em momentos de seriedade e também nos mais sensuais. Está de parabéns!

Um segundo ponto que não foi de todo ruim, mas que poderia ter sido bem melhor foi o conflito do livro, que começou muito interessante e cheio de possibilidades de desfecho, mas terminou de maneira rápida e fácil, como se o vilão (sim, também temos) não tivesse bolado seus plano direito e já pulando em tempo recorde para o "felizes para sempre".

Então, ao meu ver, Abducted é um romance sci-fi que não teve muita estrutura. Deixou de lado as inúmeras possibilidades que o espaço oferece e ficou no basicão. Mas para o leitor que busca uma leitura | áudio sexy e despretensiosa, vale MUITO a pena conferir Abducted e a série "Vakarran Captives" como um todo.

Q: Comente aqui embaixo se você já ouviu algum áudio livro e se sim, qual o seu favorito!

#FICA EM CASA e até a próxima!

20 de maio de 2020

Resenha: Beijo de Sangue (Legado da Adaga Negra #1), J.R. Ward

Ficha Técnica
Título: Beijo de Sangue (Legado da Adaga Negra #1)
Autor: J.R. Ward
Gênero: Romance paranormal | vampiros | erótico
Editora: Universo dos Livros
Ano: 2016
Sinopse:  Paradise, filha do Primeiro Conselheiro do Rei, está pronta para se libertar da vida restritiva imposta às fêmeas da aristocracia. Sua estratégia? Entrar no programa do Centro de Treinamento da Irmandade da Adaga Negra para aprender a lutar por si mesma, a pensar por si mesma… ser ela mesma. É um bom plano, até tudo dar errado. As aulas são inimaginavelmente difíceis, seus colegas de sala são mais inimigos que aliados e está bem claro que o Irmão encarregado, Butch O’Neal, também conhecido como Dhestroyer, está atravessando sérios problemas em sua vida particular.

E tudo isso antes mesmo de ela se apaixonar por um colega de turma. Craeg, um cidadão comum, que não se parece em nada com o que o seu pai desejaria para ela, mas que é tudo o que ela poderia pedir em um macho. Quando um ato de violência ameaça pôr fim ao programa, e a atração erótica entre eles fica cada vez mais irresistível, Paradise é testada de maneiras que ela sequer poderia ter imaginado, o que a faz ponderar se é forte o bastante para reivindicar seu próprio poder… dentro do campo de batalha e fora dele.


Não sei dizer exatamente o porquê, mas a estória de Paradise e Craeg não funcionou muito bem para mim. Primeiros livros de séries são sempre complicados.
Creio que me apaixonei pela Irmandade da Adaga Negra porque o primeiro livro da série, do Wrath e da Beth é fenomenal, mas não senti aquela potência em Beijo de Sangue.

A Paradise foi uma personagem que me lembrou um pouco o escopo das Escolhidas da raça. Uma fêmea com direito e deveres impostos a ela por seu status social e sua linhagem de sangue, porém, com a faísca do "quero mais do que isso" acesa em seu coração. O processo seletivo para novos lutadores para a Irmandade significava ofício, autonomia, individualidade e uma quebra sem volta com as regras da Glymera.

Já Craeg começou com uma incógnita e se revelou vítima de um grande drama e em busca de vingança. Mas pouco de sua busca pessoal foi desenvolvido no livro, que se voltou mais para a distração que um se tornou para o outro durante o treinamento da Irmandade, distração essa que ambos não podiam sucumbir por motivos pessoais. O conflito que a paixão flamejante  e os segredos entre os dois levantou foi plausível, mas não pareceu ser suficiente para colocar a paixão deles em risco ou inserir algum tipo de ação entre o casal.

"- Beije-me, então - ela disse.
Nos recessos de sua mente, Craeg ouviu o som de dois caminhões se chocando de frente.
Cacete. Não havia volta.
Praguejando, fechou os olhos. Cambaleou. Percebeu que aquilo estava mesmo para acontecer." - pg 237

E por paixão eu digo conexão amorosa entre o casal, porque COMO SEMPRE a Warden incendiou os nossos exemplares com um fogo baixo que estava me deixando aflita! Craeg se saiu muito bem obrigado em questões de sensualidade bruta e Paradise matou bastante a curiosidade sobre tópicos condenados pelos Aristocratas ;D
Apesar dos ferormônios correrem soltos entre eles, a sensação que ficou após o término da leitura é que Beijo de Sangue deu espaço demais para os conflitos dos casais da Irmandade e acabou deixando o "legado" com pouco espaço e dedicação.

Falando em estórias secundárias, Beijo de Sangue trouxe grandes tremores para o casamento de Butch e Marissa, desenterrando feridas e traumas do passado de ambos.
É AB-SUR-DO como a Warden consegue enriquecer ainda mais a estória dos personagens da IAN. De verdade, sempre que eu penso que não existe mais nada para florescer entre os preciosos casais aparece uma ferida, intriga, perigo que coloca fogo em tudo mais uma vez e rende muitas mini paradas cardíacas em mim.
Um mistério brutal mas também pra lá de sexy envolve Butch e Marissa numa perigosa aventura e revela um lado bem sensual do casal, que eu já achava babado pela paixão|devoção de Butch por sua esposa e pelas auto-descobertas de Marissa, após seus afastamento da Glymera.  Eu quero muito mais desse casal envolvido em perigos e jogos sensuais!

" Existiam muitas, inúmeras outras jornadas a tomar para níveis mais profundos de aceitação e compreensão.
Era lá que se encontrava a felicidade. E o "para sempre" era o esforço que você estava sempre disposto a empenhar para permanecer próximo, para aprender, e para crescer em uma união." - pg 315

Pequenos tesouros também foram espalhados por essa leitura, como personagens novos e apaixonantes (Axewell e Novo!), novos ambientes de circulação dos personagens e, é claro, loucuras fresquinhas do nosso anjo caído favorito, Lassiter! Eu amo como a Warden "desbloqueia" novidades em suas séries como num jogo. O mesmo universo torna-se cada vez mais sedutor e cativante para o leitor.

Em suma, apesar de Beijo de Sangue não ter dado base suficiente para saber do que se tratará a série "Legado da Adaga Negra", valeu a pena a leitura pela interação romântica entre o casal Craeg e Paradise, mas principalmente pelo que foi retomado da série principal, Butch e Marissa e pelo que está por vir, como a história de Axewell e Novo.
Os leitores da IAN DEVEM ler Beijo de Sangue, uma vez que desenvolverá acontecimentos secundários da vida dos personagens da Irmandade e também, porque no fim do dia, tudo o que a Warden escreve é ouro e não dá pra se afastar desse Midas do romance sobrenatural!

Q:Comenta aí embaixo qual o seu irmão favorito da Irmandade da Adaga Negra! O meu será forever o Qhuinn! 

Beijos, até a próxima e #FICAEMCASA


13 de maio de 2020

Resenha: Não Inclui Manual de Instruções, T.S. Rodriguez

Ficha Técnica
Título: Não Inclui Manual de Instruções
Autor: T.S. Rodriguez
Gênero: Boys love| LGBTQ+| Autismo
Editora: Editora Rico
Comprar: Rico | Amazon (e-book)
Sinopse: Gemma não quer que seu filho Conor, um premiado escritor no espectro do autismo, termine sozinho e decide assumir a tarefa de encontrar o namorado perfeito para ele.

Não será nada fácil para Aidan, o escolhido; Conor é sincero demais, obcecado por seus livros e nunca ri das piadas dele!

Prepare-se para sentir o coração aquecido e se divertir com as armações de Gemma, a sinceridade de Conor e a espontaneidade de Aidan. Esse livro é tão fofo e apaixonante, que nunca mais fará você duvidar do amor.


Já começo expondo defeitos.
Ao meu ver, o único defeito desse livro é ser tão fininho!
Não Inclui Manual de Instruções é uma deliciosa e romântica aventura através da realidade de duas minorias, a comunidade LGBTQA e os indivíduos que possuem algum grau de autismo.
Cultura LGBTQA já está presente na minha vida há muitos anos. Não só literatura, mas cinema, música, teatro, entre outros. Porém, o único conteúdo que consumi referente a Síndrome do Espectro Autista foi através da personagem Benedita (Benê), na série | novela Malhação - Viva a Diferença, da Rede Globo (essa é uma das melhores temporadas de todos os tempos).

Assim como a Benê, o personagem principal do livro, Conor, nasceu com a Síndrome de Asperger (SA), um dos graus mais leves de autismo, que não afeta o seu possuidor psicológica ou neurologicamente, mas traz dificuldades em relação a comunicação verbal e interação social.
Famoso autor de suspense na Irlanda, Conor é muito amado por sua família, principalmente por sua mãe, Gemma. O medo de que seu filho passe o resto da vida sozinho, devido as dificuldades da SA faz Gemma por em execução um plano para encontrar a cara metade do seu filho, baseando-se nas características dos personagens que Conor cria para seus livros. Sem que o filho saiba, Gemma coloca sutil e arquitetadamente Aidan, um músico ruivo e carismático na vida do filho e envolve todos os que o amam para fazer esse relacionamento acontecer.

"Havia sido difícil fazer com que Conor se soltasse e Aidan não queria que ele ficasse fechado outra vez. Estava começando a perceber que Conor era do tipo de pessoa que não costumava permitir que alguém entrasse em sua redoma. Aidan teve um leve vislumbre de quem ele era e queria ver mais, muito mais. " - pg 41

Olha, preciso confessar que a manipulação inicial de Gemma na vida de Conor, mesmo sendo voltada para o bem, me causou um pouco de desconforto no início do livro. Porém, ao desenvolver do enredo, percebi que foi uma ação necessária para deslocar o filho de sua zona de conforto. Conor é um personagem regrado, perfeccionista e distante. Todas essas características derivadas da SA tornam difícil imaginar o personagem abrindo-se para conhecer pessoas e situações novas e foi necessário esse recurso, essa "artimanha do bem" para dar movimento a estória.

Aidan é o agente dessa mudança de ares. O ruivo, fã dos livros de suspense de Conor sente-se atraído a primeira vista. Transpondo a distância e a dificuldade entre eles, termina trazendo Conor para fora da proteção de sua rotina e instigando-o (de maneira respeitosa e cuidadosa) a explorar o mundo fora do que os livros narram sobre ele.

Eu simplesmente amei o cuidado com que Aidan se aproximou de Conor e tornou-se parte de sua vida. Como, para ele, não existiu qualquer barreira de preconceito inicial, mas sim, admiração e atração que o fizeram investir em seu relacionamento com Conor. Pesquisando sobre a Síndrome de Asperger, preparando o outro para mudanças, mostrando para ele que estava seguro e que novidades não faziam mal e enchendo-o de amor.
O carisma de Aidan já havia me conquistado e meu coração parou de bater nos momentos críticos do livro. Pensei "será que me enganei a respeito delew", porém, a T.S. Rodriguez criou um personagem muito coerente para por si e também para servir de suporte para Conor, um personagem mais imprevisível, principalmente para quem não conhece ou convive com um Aspie.

"- Você me beijou - o escritor disse quando suas bocas se separaram.
- É. Eu beijei.
- Você disse que nós seríamos amigos. Os amigos não se beijam, Aidan.
Aidan sorriu satisfeito. - Acho que não. Mas nós somos bons pra caramba nesse negócio de nos beijar. Seria um pecado desperdiçar esse talento." - pg 68

Que riqueza foi o Conor! É até difícil descrever o quão sensacional foi acompanhar sua guarda baixar e todas as coisas incríveis que isso o fez vivenciar. Não só o romance envolvente com Aidan, mas as surpresas, os prazeres e as dores de viver nesse mundo imprevisível e sem controle.
Apesar de muito inteligente, Conor enfrenta grandes barreiras de entendimento do que é e como funciona um relacionamento, seja qual for ele, amistoso, parental, romântico, mas seu esforço, assim como o de Aidan para entender como o mundo funciona pelos olhos do outro pagaram cada ataque cardíaco que mal entendidos e conflitos me causaram. Essa falta de experiência e o próprio enfrentamento do novo tornam Conor um personagem delicado e  imprevisível. Suas reações a cada situação são inesperadas e nesse momento Aidan apareceu para dar solidez e suporte ao namorado. e apreciar os fofos e doces avanços de Conor no quesito romance.

Conor e Aidan se completam além de qualquer dificuldade e apesar do livro não ser erótico ou explícito, o curto slow burn e a sinceridade de Conor em seu interesse por Aidan funcionam muito bem para deixar o romance entre eles sexy e quentinho, do jeito que a romanceira gosta!

Eu agradeço a autora T.S. Rodriguez por ter criado essa estória tão linda, delicada e informativa. O jeito como eu entendi a Síndrome de Asperger através de Não Possui Manual de Instruções foi compreensivo e tocante, vai além de uma definição e se aplica numa estória onde opostos se atraem, quebram a cara, aprendem e completam-se, sem causar mal um ao outro. A autora me fascinou dando um final feliz, real e coerente a um casal que enfrentou tantas dificuldades.
E um parabéns do fundo do meu maravilhado coração por essa arte de capa tão preciosa e encantadora! O melhor de tudo: fomos presenteados com uma estória LGBTQA com final feliz!

Como o mundo precisa entender que a felicidade entre casais homoafetivos (apesar do monstruoso preconceito que ainda existe na sociedade) existe, é real, tão real a ponto de alcançar as páginas de livros em gênero ficcional. E a autora fez esse trabalho precioso lindamente!

Até a próxima, romanceiras (os)! #FICAEMCASA



8 de abril de 2020

[RESENHA] Mangá| Calling, Miu Ootsuki


Ficha Técnica
Título: Calling
Autor: Miu Otsuki
Gênero: Boys love| LGBTQ+| Erótico
Editora: New Pop
Ano: 2009
Sinopse: Um maçante assalariado chamado Kazuaki Hinamura voltava para casa depois do trabalho e passou por um parque onde trocou olhares com Kira Aratani, um ator de filmes pornô que estava gravando algumas cenas no local. Kazuaki fica sem jeito e foge, mas, no dia seguinte, Kira o esperava na frente do parque e lhe diz que se apaixonou à primeira vista por ele.



A premissa de "Calling" é, com certeza, bem empolgante.
Um uke (indivíduo passivo de uma relação entre pessoas no mesmo sexo) e um seme (indivíduo ativo de uma relação entre pessoas no mesmo sexo) bem definidos por suas características físicas, comportamento e até mesmo por suas profissões (um assalariado de escritório e um ator pornô) com rotinas completamente opostas em questão de normalidade.

O Kira é um personagem muito divertido, fofo e sexy e que mesmo tendo o cenário da indústria do sexo vinculada a si, consegue agir com bastante leveza e até com certa timidez com o Kazuaki.
Este, entre muitas das gravações de seus filmes de conteúdo adulto, se apaixona instantaneamente por Kazuaki, após um acidente que promove o primeiro encontro entre os dois. A partir daí, Kira começa a stakear seu alvo e vai aos poucos inserindo-se em sua rotina, com demonstrações graciosas de cuidado e carinho, até que Kazuaki aceita um de muitos seus convites para sair e daí floresce uma amizade muito significativa para ambos, já que, um representa para o outro a normalidade e a loucura que precisam para balancear e curtir suas vidas.

Kazuaki é um personagem super recluso e com aqueles toques de delicadeza dedicados aos ukes, mesmo os já adultos. Este, após deixar Kira se aproximar e com isso, alguns aspectos da industria do sexo, começa a se abrir ao mundo, a suas diversões e possibilidades além das paredes do escritório e até mesmo ao flerte com uma amizade que tem tudo para ser "muito mais".
Os dois são extremamente fofos juntos e o slow burn entre eles deixa o leitor completamente preso a leitura.


Entretanto, o resultado do fogo baixo com o qual esse casal queima é o que eu não curti.
Em determinada situação quentíssima da estória acontece um episódio de assédio sexual de Kira contra Kazuaki e a partir daí, este fica naquela neura de perder uma amizade valiosa e cai no buraco negro do "vou transar com ele, estou pronto para isso". Mas essa escolha se dá por total influência de Kira, que força uma situação de afastamento do outro e, no início de uma paixão recém descoberta, Kazuaki teme por perdê-lo se não der o que o outro deseja.

Essa motivação me decepcionou bastante e apesar de o mangá ser +18 com cenas de sexo bem gráficas (o que eu adoro) acabei não curtindo por essa manipulação sentimental fictícia nas páginas, mas que também é tão real e contemporânea em milhares de relacionamentos abusivos pelo mundo. E, é lógico, pelo evidente assédio, que é perdoado de maneira bastante romantizada e assinala mais uma grave questão que deveria ser tratada corretamente na estória.

No quesito artístico (não entendo nada disso) eu gosto bastante do traço da Miu Ootsuki. É longilíneo, porém arredondado, daquele jeito que deixa os personagens com rostinhos fofos, parecendo chibis (tipo de traço pequeno que deixa o personagem mais fofo) e as cenas explícitas não perdem esse traço gracinha, contrastando a inocência de Kazuaki e a sensualidade e potência de Kira.

Então é isso, pessoal! Esta é uma estória que poderia ter sido nota 10 para mim, mas que, devido as impressões anteriores, que condenam as partes boas, eu mal consigo avaliar.

Continuarei a ler alguns outros mangás "boys love" da Miu Otsuki para entender melhor se essa é uma característica da escrita dela ou não e conto em breve para vocês!

Um beijo e até a próxima! #FICAEMCASA


1 de abril de 2020

[RESENHA] Antologia em quadrinhos: Histórias Quentinhas Sobre Sair do Armário


Ficha Técnica
Título: Histórias Quentinhas Sobre Sair do Armário
Autoras: Annima de Mattos, Aline Lemos, 
Ellie Irineu e Renata Nolasco
Gênero: História em quadrinhos, 
romance, LGBTQ+
Ano: 2019
Sinopse: Ser LGBT não é fácil. Mas isso não quer dizer que não merecemos finais felizes.

Histórias Quentinhas Sobre Sair do Armário é uma coletânea de quadrinhos sobre experiências queer, todas com finais felizes e quentinhos pra encher o coração do leitor de esperança.



Quem me conhece ou acompanha as resenhas aqui do Rommy Lit sabe que eu para mim, não existe distinção. Amor é amor, romance é romance seja quem entre for. Amo tanto romances com relações heterossexuais, quanto homossexuais entre humanos, dragões, aliens e todos os tipos de raças (rsrsrs). Então, assim que bati o olho nessa antologia lá na Feira Miolos de 2019, soube que precisaria ler! E acabou sendo aquela compra certeira, porque eu me emocionei e diverti muito com cada uma das estórias.

Histórias quentinhas sobre sair do armário reúne 4 estórias em quadrinhos, cada uma de uma autora diferente e todas abordando, de alguma maneira, a situação, o sentimento e as mudanças provocadas por assumir uma diferente orientação sexual e identidade de gênero não só para os personagens em si, mas para o mundo a sua volta, principalmente para a relação de cada um com o seu círculo de convivência. 
Distantes dos comumente vistos retratos midiáticos sobre a comunidade LGBTQ+, que terminam sempre de forma trágica, essa antologia traz o que é também uma verdade, a diversidade e os finais felizes andando de mãos dadas!

💜 O quadrinho "Lua Crescente", foi escrito pela artista Annima de Mattos (@artbitch.jpg) e segue a transformação visual de uma personagem de feminina para masculina. O transformar do personagem é muito bonito e emocionante, conforme ele vai literalmente "vestindo" quem realmente é por dentro. É como uma metamorfose, mas que, infelizmente, tem também seus momentos de medo e insegurança perante a sociedade, que torce o nariz e agride tão veementemente indivíduos e ideais da comunidade LGBTQ+.
Eu simplesmente adorei acompanhar essa transformação libertadora, ainda mais nos traços simples e lindos da Annima de Mattos.




💛 "E Daí?" é o quadrinho de Aline Lemos (@desalineada_) para a antologia e conta sobre os ataques indiretos que a personagem principal da estória sofre convivendo com uma família e um círculo de amigos (alguns deles) intolerantes, quando nenhum sabe de sua orientação sexual.
Confesso que essa estória me deixou um pouco mais mexida, porque é comum termos algum familiar intolerante e ignorante, que vive largando a opinião que ninguém pediu aos quatro ventos. Então, eu já passei por esses tipos de situação e sendo heterossexual ou não, qualquer pessoa que tenha o mínimo de caráter e empatia se sente incomodado com isso.
Entretanto, a história conta também com um círculo empoderador e acolhedor de mulheres que fazem florescer no peito da personagem o sentimento de orgulho de quem é e resistência contra esse comportamento deplorável. Então, ao mesmo tempo que aflora péssimas memórias sobre preconceito, lembra a todos nós que a resistência existe, firme e forte, educativa e combativa!
O traço da Aline Lemos (estou falando de traço mas não entendo basicamente nada disso) é todo fofo e redondinho, foi uma HQ também muito agradável aos olhos!

💙 "Melhores Amigas" é emocionante e gracioso demais para o meu coração!
HQ da Ellie Irineu (@ellie.irineu) conta sobre o relacionamento de um casal de amigos durante toda a sua infância, adolescência e juventude. Como descobrem sobre a orientação sexual de cada um, como se defendem da ignorância exterior ao decorrer do tempo e como algumas questões dessa amizade podem estar escondidas, mas o amor por quem realmente são e representam um para o outro é inabalável.
Esse resumo é curtinho, porque é difícil falar dessa estória e desviar dos spoilers. Mas eu garanto que é de esquentar o coração! É muito emocionante ver a força e a verdade com que o sentimento de apoio e companheirismo vai deixando para trás as barreiras que poderiam abalar essa amizade.
A Ellie Irineu desenha belamente, com traços grossos e arredondados (não sei porque mas tenho essa predileção a traços arredondados) e todos os personagens são muito fofos e tem muita personalidade. Obrigada por encher esse auto-isolamento de amor, Ellie!

❤️ E o último HQ é "Meia da Sorte", da Renata Nolasco (@atxnolasco) e é simplesmente bárbaro!
Beto e Túlio são amigos e colegas de apartamento e após irem a um bar gay, Túlio descobre que Beto (alguém por quem tem um crushzinho de leves) também se relaciona com pessoas do mesmo sexo. A partir daí uma nova fase dessa amizade é desbloqueada (linguagem de games porque eles também jogam juntos, mesmo Túlio sendo muito ruim), cheia de possibilidades, constrangimentos e mal entendidos. Mas graças a sorte dada pelo par de meias da sorte de Túlio, o destino dos dois amigos pode terminar muito que bem.

AHHHHHHHH (grito horrível de foca). Não consigo explicar o quão apaixonada eu estou por esse casal! Túlio e Beto são muito divertidos, competem entre si no projeto de biologia e são cheios da timidez! É aquele casal atrapalhado que a gente quer MUITO que fique junto, mas ficamos com um certo medinho por não saber a orientação sexual do outro e tal.
As referências pop e manias muito gente como a gente dos personagens me fizeram ler em um piscar de olhos e voltar para ler novamente, de tão triste que fiquei por ter acabado.
O traço da Renata é muito fofo, característico e despreocupado.  Combina perfeitamente com o desenrolar dessa estória!
Parceria, conflitos mentais e grandes doses de fofura permeiam essa estória e essa antologia no geral!
🌈
Parabéns as autoras pelo trabalho necessário e sensacional! A arte é o melhor meio de ensino, acredito que através da vivência que compartilhamos com os personagens, nossa empatia cresce e a facilidade de compreender e respeitar o outro e o mundo tornam-se muito mais palpáveis.
E muito obrigado a Annima de Mattos, Aline Lemos, Ellie Irineu e Renata Nolasco por nos presentear com essa antologia e por continuar criando e investindo na arte!

Leitorxs queridxs, as contas no Instagram de cada autora está linkada alí nos @s. Sigam, comentem, compartilhem essa arte tão preciosa e adquiram Histórias Quentinhas Sobre Sair do Armário. A publicação é independente e merece 100% o seu rico e suado dinheirinho!




  E se você nem leu o primeiro livro e já amou, saiba que um segundo volume da antologia, chamado Histórias Quentinhas Sobre Existir está em produção graças ao financiamento coletivo lá no Cartase! 
Você pode contribuir com valores de R$ 10, até onde o seu coração mandar e além de ajudar na publicação com o seu dinheiríneo, você ainda leva pra casa mimos dos mais fofos já vistos
Prazo para contribuição até o dia 11 de abril (link AQUI madames).

Fomente a arte e a diversidade no nosso Brasil!

Um beijão e até a próxima! #FICAEMCASA

14 de fevereiro de 2020

[RESENHA] DORAMA: Love Alarm

FICHA TÉCNICA


Título: Love Alarm
Nacionalidade: Sul-coreana
Temporadas: 1
Quantidade de episódios: 8
Onde posso ler: Amazon
Onde posso assistir: Netflix
Status: renovada para 2ª temporada com previsão de lançamento entre agosto e setembro de 2020
Sinopse: Se alguém gosta de você e está a 10 metros de você, o alarme do aplicativo toca. O aplicativo também mostra quantas pessoas gostam de você, mas o aplicativo não revela detalhes específicos sobre quem gosta de você.
Kim Jo-Jo (Kim So-Hyun) é um estudante do ensino médio. Ela é bonita e inteligente. Ela parece ser uma pessoa alegre, mas seus pais morreram quando ela era jovem. Desde a morte de seus pais, Kim Jo-Jo viveu com a família da tia.
Enquanto isso, Hwang Sun-O é um estudante masculino popular na mesma escola onde Kim Jo-Jo estuda. Ele é filho de uma família rica, mas não é amado pelos pais. Seu melhor amigo Lee Hye-Young que também frequenta a mesma escola. Hwang Sun-O percebe que seu melhor amigo Lee Hye-Young gosta de Kim Jo-Jo. Hwang Sun-O quer saber se seu amigo realmente gosta dela, então ele a beija.


Confesso que, quando eu vi esse dorama produzido pela Netflix fiquei bastante curiosa, mas como a maioria do conteúdo recente da plataforma, eu salvei a minha lista e caiu no esquecimento. Até que um dia eu li uma resenha sobre ele onde dizia algo do tipo "se você ama Black Mirror, você vai amar Love Alarm". De cara eu fiquei passada porque a base dos doramas coreanos não tem nada a ver com o terror futurista (e já muito real) de Black Mirror. Então, fisgada por essa icognita que era o ponto de intersecção entre as duas série, eu dei play.
E essa foi a segunda série que eu assisti mais rápido na minha vida, perdendo apenas para Outlander.



Love Alarm é originalmente um webtoon com 23 volumes, escrito pelo autor coreano Kye Young Chon e adaptado para dorama pela Netflix, em agosto de 2019.



O ponto principal que me fez assistir avidamente a esse dorama foi o mistério. Novamente, como eu disse na resenha anterior do dorama Romance Is a Bonus Book (se você não leu, clica AQUI no link) faz um tempão que eu não assisto doramas e não sei se os elementos que me surpreendem já são comuns nas produções atuais. Mas seja como for, o suspense em Love Alarm é de acelerar o coração!

A trama geral é aquele fórmula conhecida e de sucesso. Dois amigos e que apaixonam pela mesma garota e isso traz fissuras a uma amizade e cumplicidade de anos. Entretanto, o passado de Jojo é tão ruim quanto os abusos que ela sofre de sua "família" no presente o que só faz com que ela se culpe, sinta que ninguém merece dividir o seu fardo e afins. O drama foi daqueles que me deixou com um nó na garganta e me arrancou algumas lágrimas.
Jojo se envolve romanticamente com um dos amigos, entretanto, é impossível esconder o seu passado de quem ela ama e mesmo tentando, forças externas a deixam sem escolha a não ser enfrentar a sua própria tragédia para seguir em frente ou lutar para manter tudo em segredo e afastar-se definitivamente do seu amor. 

O dorama oscila perfeitamente entre o romance, a dor e o medo durante os seus 8 episódios. 


No meio de tudo isso, a existência do aplicativo Love Alarm e a influência dele sobre a vida dos jovens começa a despertar um grande movimento contrário, que é impulsionado por atos desesperados de alguns usuários e por como, com o tempo, a fama nele passou a funcionar como uma espécie de segregação, onde os mais amados conseguem acessar benefícios da alta sociedade sul-coreana e os menos amados segundo o app, tornam-se ainda mais indesejados e isolados.
Da metade para o final da temporada o clima muda totalmente, ficando ainda mais carregado de emoções e pesado com a revolta, a violência e alguns mistérios que se estendem até a segunda temporada. 

Eu confesso que gostei mais da segunda metade da temporada, justamente por esse elementos dark que eu desconhecia em doramas coreanos. Combinou muito com a carga de sentimentos reprimidos do casal principal e com a própria ideia bizarra desse aplicativo, que realmente me lembrou muito os episódios agoniantes de Black Mirror. O mais interessante é a passagem de tempo, que mostra o impacto da opinião alheia na juventude e em um segundo momento, na vida adulta, o desgaste que esse "viver do desejo alheio" causa e também as grandes ciladas que ele proporciona.



O final da temporada foi um gancho terrível e eu fiquei com vontade de gritar, porque houve um super clímax, daquele que você fica conferindo quantos minutos faltam para acabar e calculando se nesses cabe alguma revelação bombástica. Bem, não cabe e apesar da frustração, Love Alarm é um dorama que não me larga de jeito nenhum e eu mal posso esperar para a segunda temporada pingar na Netflix.

Sabe aquele dorama para quando você cansou um pouco de romances fofinhos e precisa de mais adrenalina? Love Alarm não te decepcionará! E caso o final te deixe roendo as unhas, saiba que o dorama foi renovado e teremos segunda temporada em breve!

Ei, estou esperando ansiosamente a sua indicação de dorama! Comenta aqui embaixo!

29 de março de 2018

Resenha: Dark House, Karina Halle


Dark House (Experiment In Terror #1)
Autora: Karina Halle
Gênero: New adult/terror 
Editora: Única Editora
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Páginas: 352
Sinopse: Sempre houve algo fora do normal com Perry Palomina. Embora ela esteja vivendo uma crise ao passar pela síndrome pós-faculdade, assim como qualquer garota de vinte e poucos anos, ela não é o que chamaríamos de comum. Perry possui um passado que prefere ignorar, e há também o fato de que ela consegue ver fantasmas. Tudo isso vem a calhar quando se depara com Dex Foray, um excêntrico produtor que está trabalhando em um webcast sobre caçadores de fantasmas. Dex, que se revela um enigma enlouquecedor, arrasta Perry para um mundo que a seduz e ameaça sua vida. O farol de seu tio é pano de fundo de um mistério terrível, que ameaça a sanidade da moça e faz com que ela se apaixone por um homem que, como o mais perigoso dos fantasmas, pode não ser o que parece.






Dark House foi uma leitura definitivamente diferente. 
Eu comprei esse livro em um sebo, só porque eu vi que era da Karina Halle, uma autora que eu vivia rezando para ser publicada aqui no Brasil por causa dos seus livros de romance. Entretanto, eu não fazia ideia que ela tinha essa série ou que ela tinha sido publicada há uns 3 anos aqui no Brasil. Então em janeiro em entrei em um desafio de leitura e o tema desse mês era um livro pertencente a um gênero que eu nunca leio. Logo me veio esse na cabeça, já que é de terror e apesar de eu AMAR filmes de terror, eu tenho PAVOR de livros de terror. Livros tem aquela capacidade mística de ser recriados dentro da cabeça de cada leitor durante a leitura e eu definitivamente não quero um cenário com espíritos dentro da minha cabeça ás 03h da manhã no meu quarto escuro :)

Ok, já falei demais sobre coisas aleatórias. A questão é que eu sempre quis ler um misto de terror com romance e quando vi Karina Halle + terror, imaginei que tinha encontrado uma pérola. E realmente encontrei, mas não do jeito que eu imaginava.

Dark House é uma incógnita do inicio ao fim. O livro me lembrou um recorte no meio do percurso de uma história, onde você conhece um pouco dos personagens, o objetivo e o drama principal deles, vive suas angústias, seus medos, suas vitórias... Mas quando você chega na última página as grandes perguntas levantadas no início ficam sem resposta. Esse livro faz parte de uma série com mais 6 volumes (incluindo novellas), então acredito (e espero do fundo do coração) que tudo fique bem explicadinho neles, porque quando eu terminei, o terror que o gancho deixou e a angústia pra saber O Q TÁ ACO TESENDO no livro dá uma aflição muito grande.

A Perry é a personagem que mais é desenvolvida durante a leitura e uma das partes que eu mais gostei. Ela tem uma melancolia daquelas comuns no início da fase adulta, onde ainda não se sabe quem é, o que quer e como conseguir as coisas na vida. Possui um histórico de uso de drogas e de fragilidade mental que é uma das interrogações da leitura. Será que o que Perry vê é real? Será que só uma parte é real e a mente dela construiu o resto para fazê-la se sentir importante? Pois é.
Apesar dessa personalidade triste, a personagem cresce em coragem e ousadia durante a leitura, quando conhece Dex no assustador farol desativado. 

"Havia algo estranho neste lugar, algo vagamente familiar. Revirei meu cérebro tentando reconhecer algo mais tangível, mas nada veio a mente. Apesar do vento da costa, que então entrava livremente, havia uma quietude denso no ar. Era estranhamente atraente e muito sobrenatural".

O que eu posso falar do Dex é o nome dele e fim (risos nervosos). Porque ele é um personagem que aparece repentinamente para alimentar as visões de Perry e com isso acaba dando a ela apoio para encontrar o sentido que ela procurava na sua vida, não só oferecendo a oportunidade de trabalhar no novo programa que pretende criar, mas também botando mais lenha na fogueira com suas próprias experiências e pouquíssimos mistérios sobre quem é, que são revelados ao longo da leitura, levantando mais e mais dúvidas e teorias da conspiração (ADORO).

Essa lenha que ele coloca na fogueira sai do âmbito espiritual amaldiçoado e atinge o coração juvenil de Perry. Olha, essa foi uma das paixões platônicas mais angustiantes que eu já li. Porque não só Dex é o espírito artístico rico, ousado e indomado, como é lindo com suas falhas, engraçado, inteligente e deu match até com as questões mentais frágeis de Perry. Ela nunca teve alguém que acreditasse no que passava com ela e quando isso acontece, com um cara lindo e que ainda quer trabalhar com era, é flechada certeira no coração. Entretanto, Dex é um workaholic  muitos anos mais velho que ela, alheio a quase tudo, com um temperamento volúvel demais para se confiar e que namora uma mulher linda e que Perry acha que nunca conseguirá chegar perto de ser.

Toda essa situação é muito tensa e confesso que fiquei desapontada, porque esperava pelo menos um indício de que essa história de amor não fosse unilateral. Eu adoraria que todo esse medo e dúvidas e perigo fizessem os dois correrem para os braços um do outro e eu quebrei a cara, mas isso não estraga o livro de maneira nenhuma, só desperdiça um chilli que poderia existir ali.

"Eu estava a um palmo de distância de seu rosto.Seus olhos, apesar de ilegíveis, olhavam profundamente nos meus. Eu podia facilmente ficar lá por um bom tempo, só olhando para ele, segurando seu olhar. Se eu imaginasse com força o suficiente, eu poderia quase ver raios fluindo entre nós numa linha inquebrável."

Toda a trama de terror é muito diferente. Não foi tão forte a ponto de me deixar sem dormir, mas deu arrepios suficientes para eu evitar ler a noite. A autora foi muito criativa com os elementos do susto e criou uma aflição de primeira com situações que ficam naquela linha entre o real e o imaginário. As lendas usadas são super interessantes e a maneira como elas são desenroladas durante a leitura são bem assustadoras, confesso. E o que mais me fez aplaudir de pé foi que o mistério que Dex traz consigo é tão maciço, que o terror se divide entre o que é sobrenatural e completamente exposto para Perry e o que é real, mas oculto para ela em Dex. É sensacional quando o real é mais perigoso do que o que pode estar dentro da cabeça de um personagem!

A leitura de tudo isso acaba sendo bem ágil, porque dá muita curiosidade de saber o que acontecerá em seguida. Fiquei curiosa em descobrir mais sobre o Dex do que sobre os espíritos envolvidos e como a autora vai soltando informações em doses homeopáticas, quando eu vi, já estava nos últimas páginas. E o final, como eu citei no começo é uma incógnita apavorante, que te deixa desesperado para entender. Entender tudo, principalmente o enigma aterrador e ao mesmo tempo bem feliz que um espírito medonho vestido de palhaço e com um batom vermelho borrado profere. Eu estou muito aflita para continuar logo com essa série e com altas expectativas!

Eu não gritei, não perdi o sono, mas dormi com o abajur aceso e senti um arrepios de terror e aquela sensação de presença atrás de mim, então já posso dizer que valeu a pena ler! 

Dark House é um terror light, onde real e imaginário são ameaças com o mesmo potencial e que te deixará no mínimo curioso para ler a sequência. Não tem um romance propriamente dito, mas tem personagem que se conectam com o coração e com a mente e que no futuro da série (AJUDA DEUS) podem evoluir para uma conexão mais física também. Superou minhas expectativas na parte terror, não superou na parte romance, mas ainda super indico para você ler naquela tarde nublada, com uma xícara de chá e um cobertor para te proteger dos espíritos!

"Era irritante, horripilante às vezes, sentir como se o apego pela realidade estivesse lasseando, como se estivesse lidando com algo muito além de qualquer compreensão sobre a vida e a morte. E ainda assim era tão cativante. 
De certa forma, ao lidar com os mortos, eu nunca havia me sentido tão viva."

A série Dark é composta por: Dark House, Red Fox, The Benson, Dead Sky Morning, Lying Season, On Demon Wings, Old Blood, The Dex-Files, Into The Hollow, And With The Madness Comes The Light, Come Alive, Ashes To Ashes e Dust to Dust. Aqui no Brasil, o único título publicado pela Única Editora foi Dark House.

Fique de olho aqui no RomLit para as resenhas dos próximos livros e adquira o seu na Saraiva ou na Amazon!

Uma abraço e até mais!
7 de março de 2018

Resenha: Incontrolável, Sylvia Day

Incontrolável
Autora: Sylvia Day
Gênero: Romance histórico/erótico
Editora: Universo dos Livros
Páginas: 272
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Comprar: Amazon - Saraiva 

Sinopse: Sylvia Day, autora de maior sucesso no gênero erótico, cujos livros já foram publicados em mais de 40 países, traz mais um best-seller de tirar o fôlego de seus leitores. Quem suspirou com Obstinada e Desejada, não pode deixar de conhecer mais um dos romances históricos da autora.
Em Incontrolável, Isabel, a conhecida Lady Pelham não poderia ter encontrado um marido melhor. Gerard Faulkner, o Marquês de Grayson é um amigo querido e encantador, além de um sedutor incorrigível. A união deles é sólida, mas seus corações estão longe um do outro. Eles são o casal mais escandaloso de Londres. Lady Pelham e o Marquês de Grayson combinam em tudo no apetite luxuriante, nos constantes casos amorosos, na inteligência aguçada, na reputação provocante e em sua absoluta recusa a arruinar seu casamento de fachada, ao acender a paixão que até então não existia. Isabel sabe que um libertino charmoso como o marido nunca conquistará seu amor, e nem ela poderia roubar o coração galanteador dele. O casamento é uma grande farsa... até que um acontecimento chocante afasta Gerard de seu lado.
Agora, quatro anos mais tarde, Gerard retorna para Isabel. Mas o jovial malandro de antes voltou como um homem poderoso e irresistível, que está determinado a seduzi-la e a ganhar seu coração. Este não é o mesmo homem com quem ela se casou, mas pode ser o homem que finalmente conquistará seu corpo e sua alma...

Sabe aquela série que tem livros maravilhosos nela e você espera que, volume após volume, ela se supere? Então, infelizmente não foi assim com essa. Primeiro porque apesar da Universo dos Livros lançar 5 romances históricos da Sylvia Day com o mesmo design de capa, eles não fazem parte de uma série. Segundo, porque eu cheguei com altas espectativas para ler Incontrolável, uma vez que, Obstinada e Desejada foram leituras sensacionais, e acabei me decepcionando.

A grande sacada da leitura é a paixão avassaladora que acontece "inesperadamente" dentro de um casamento. E ela realmente é avassaladora. A Sylvia Day escreve alguma coisa ruim, gente? Porque a intensidade entre Gray e Isabel foi de tirar o fôlego! A autora conseguiu mostrar o que cada personagem sentia sem descrições, mas mostrando nas cenas que apareciam juntos e principalmente nas cenas de sexo, o quanto ambos se rendiam a paixão ao mesmo tempo que tentavam entedê-la e não temê-la. Até aí tudo certo, mas alguns pontos do enredo foram desconfortáveis para mim. Tipo aquele momento que você fica (???) sabe?

Um deles é a forma como Gray negligencia o seu casamento e depois volta exigindo tudo o que um matrimônio oferece. Apesar de se tratar de um romance histórico e normalmente eu não julgar costumes antigos com olhos contemporâneos, acredito que, por o livro já não estar me agradando, foi um ponto que me incomodou ainda mais. Isabel ter que lidar com um casamento decepcionante e trágico e logo depois ter que lidar com um marido que passa de ausente a exigente e que pretende quebrar o acordo do "casamento por conveniência" foi um tanto irritante.

Alguns pontos no desenvolvimento dos personagens também dificultaram a leitura para mim. Como a mudança da personagem Isabel, que começa o livro como uma mulher ferida, entretanto, muito determinada. Determinada a não se deixar apaixonar novamente, a não se deixar ser difamada e a tudo que viesse a ameaçar a mulher que era. Entretanto, após se envolver mais profundamente com Gray, a personagem tem sua personalidade dissolvida, a ponto de no final do livro nem parecer mais a mesma do início. Isso foi estranho porque enquanto Isabel era suavizada até demais, a figura de Gray foi se agigantando no enredo e em atitudes para com a personagem, o que deixou a relação entre eles um tanto desproporcional. E em um romance, eu espero doação e intensidade - mesmo que de maneiras diferentes - de ambos do casal e não de um só.

"- Você e eu e mais ninguém, Isabel. Mesmo que seja a última coisa que eu faça, vou encontrar uma maneira de ser aquilo que você precisa.Dentro de seu coração, ela sentiu um calor florescer. Gray não era como Pelham. Ele era acessível e honesto. Sua paixão era real e tangível.Talvez ela não fosse prática quando se tratava de casamento, mas com seu marido, ela não precisava ser."

Eu não gosto muito de livros onde o grande drama é uma terceira pessoa - comentei um pouco sobre isso na resenha de Easy - , e isso tem bastante nessa leitura, só que não se trata disso o verdadeiro drama. Existe um outro fato, na segunda metade da leitura que ressaltou a mudança da Isabel para alguém extremamente frágil e insegura e esse fato foi tirado da cartola de uma maneira que eu jamais imaginaria que pudesse causar um baque tão grande entre os personagens. Fiquei com a sensação de ter sido uma coisa improvisada pela autora e não sei explicar exatamente o porque, mas caiu bem para mim.
Voltando aos pontos positivos, um parte que eu amei demais no livro foi a estória de amor paralela entre Rhys e Abby . Confesso que fiquei até mais empolgada para ler esta do que a estória central. Rhys, irmão de Isabel é um outro jovem que vive de excessos, até decidir se casar com uma mulher de nome e posses. Enquanto faz suas escolhas nos chás em que Isabel é convidada, ele avalia suas opções, até se ver enfeitiçado por uma moça que passa longe de tudo o que procura.

"- Você é muito diferente do homem com quem me casei, mas sua malícia é algo que, felizmente não mudou. Você é exatamente da maneira como eu quero que seja.Gerard a abraçou e a levou para o chão.- Eu também quero você."

Sem uma beleza excepcional, sem um corpo esbelto, humilde e com uma personalidade curiosa e ousada, ela o deixa louco, até Rhys descobrir o que ela realmente queria dele! Sério, foi jovial, provocante, sexy e aquele tipo de história de amor que te deixa suspirando de felicidade no final. Eu amei e queria muito um livro dos dois, entretanto, a estória teve começo, meio e fim dentro deste livro, então acho difícil.

Concluindo, Incontrolável é um romance histórico de prato cheio para quem procura uma trama simples e sensual, que trata de traumas causados pelo amor e pela morte e como o amor pode aparecer onde menos se espera.

Incontrolável é o terceiro livro desta suposta série, seguido por Possuída e Dominadas.

Até mais!
Beijos!
 
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